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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O que resta do Vaticano II

Nesta semana, celebramos o Jubileu do Concílio Vaticano II. Hoje, 11 de outubro, especialmente, 50 anos do histórico discurso de abertura, em 1962, pelo Papa João XXIII.
Celebrando esta data, oferecemos aos amigos e amigas, uma reflexão do Pe. José Comblin, pouco antes de seu falecimento, no início de 2011.  

O que resta do Vaticano II

Atualmente, as reformas alcançadas pelo Vaticano II nos parecem muito tímidas e inadequadas pela sua insuficiência. Era preciso ter avançado muito mais, pois o mundo mudou mais nos últimos 50 anos que nos dois mil anos anteriores.
Do Vaticano II destacamos o seguinte, que deve permanecer como uma base para as reformas futuras:
- O retorno à Bíblia como referência permanente da vida eclesial, acima de todas as elaborações doutrinais posteriores, acima dos dogmas e das teologias.

- A afirmação do Povo de Deus como participante ativo na vida da Igreja, tanto no testemunho da fé como na organização da comunidade, com uma definição jurídica de direitos e com recursos nos casos de opressão por parte das autoridades.

- A afirmação da Igreja dos pobres.

- A afirmação da Igreja como serviço ao mundo e sem busca de poder.

- A afirmação de um ecumenismo de participação mais próxima entre Igrejas cristãs.

- A afirmação de um encontro entre todas as religiões ou pensamentos não religiosos.

- Uma reforma litúrgica que utilize símbolos e palavras compreensíveis aos homens e mulheres contemporâneos. As comissões formadas após o Vaticano II deixaram muitas palavras e símbolos totalmente sem significado para os cristãos de hoje e um obstáculo para a missão.

.....

É pouco provável que um Concílio que reúna unicamente bispos possa descobrir as respostas aos desafios do tempo atual. As respostas não virão da hierarquia, nem do clero, e sim de leigos que vivem o Evangelho em meio ao mundo que entendem. Por isso, temos que estimular a formação de grupos de leigos comprometidos ao mesmo tempo com o Evangelho e com a sociedade humana na qual trabalham.

 

(Pe. José Comblin, in Vaticano II: 50 anos depois, Revista Vida Pastoral, nov-dez 2012, n.287, pg. 9 e 10)

 

 

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