Nesta semana, celebramos o Jubileu do
Concílio Vaticano II. Hoje, 11 de outubro, especialmente, 50 anos do histórico
discurso de abertura, em 1962, pelo Papa João XXIII.
Celebrando esta data, oferecemos aos amigos e amigas, uma
reflexão do Pe. José Comblin, pouco antes de seu falecimento, no início de
2011.
O que resta do Vaticano II
Atualmente, as reformas alcançadas pelo Vaticano II nos
parecem muito tímidas e inadequadas pela sua insuficiência. Era preciso ter
avançado muito mais, pois o mundo mudou mais nos últimos 50 anos que nos dois
mil anos anteriores.
Do Vaticano II destacamos o seguinte, que deve permanecer
como uma base para as reformas futuras:
- O retorno à Bíblia como referência permanente da vida
eclesial, acima de todas as elaborações doutrinais posteriores, acima dos
dogmas e das teologias.
- A afirmação do Povo de Deus como participante ativo na
vida da Igreja, tanto no testemunho da fé como na organização da comunidade,
com uma definição jurídica de direitos e com recursos nos casos de opressão por
parte das autoridades.
- A afirmação da Igreja dos pobres.
- A afirmação da Igreja como serviço ao mundo e sem busca de
poder.
- A afirmação de um ecumenismo de participação mais próxima
entre Igrejas cristãs.
- A afirmação de um encontro entre todas as religiões ou
pensamentos não religiosos.
- Uma reforma litúrgica que utilize símbolos e palavras
compreensíveis aos homens e mulheres contemporâneos. As comissões formadas após
o Vaticano II deixaram muitas palavras e símbolos totalmente sem significado
para os cristãos de hoje e um obstáculo para a missão.
.....
É pouco provável que um Concílio que reúna unicamente bispos
possa descobrir as respostas aos desafios do tempo atual. As respostas não virão
da hierarquia, nem do clero, e sim de leigos que vivem o Evangelho em meio ao
mundo que entendem. Por isso, temos que estimular a formação de grupos de
leigos comprometidos ao mesmo tempo com o Evangelho e com a sociedade humana na
qual trabalham.
(Pe. José Comblin, in
Vaticano II: 50 anos depois, Revista Vida Pastoral, nov-dez 2012, n.287, pg. 9
e 10)
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